Quando este modelo foi lançado, havia uma parceria entre a Land Rover e a BMW, daí incorporarem o motor, que na época equipava o 525TDS. A gasolina, as potencias eram mais altas, em detrimento dos altos consumos verificados e preço do combustível.
1º MOTOR
O motor 2.5 BMW debita de origem 136CV. Considerando que estamos na presença dum veículo com aproximadamente 2.5 toneladas, é impensável exigir dele, algum esforço extra, abaixo das 1.500 rotações, sem o recurso à caixa de transferências.
Eis alguns exemplos de comportamentos negativos, na prática.
1º Arrancar com a lotação máxima, numa subida mais acentuada.
2º Arrancar com o A/C ligado numa subida mais acentuada.
3ª Arrancar numa subida mais acentuada, quando o motor já acusa o cansaço de uma quilometragem alta, ou utilização preventiva menos correcta.
Em todas estas situações, apercebemo-nos que a opção da Land Rover/BMW não terá sido a melhor, excepto no que diz respeito ao IA que na época era indexado à cilindrada. Hoje é sobre o CO2.
Como ultrapassar este problema?
No caso de estarmos na presença dum motor BMW em bom estado, sem problemas de aquecimento nem de grande desgaste, existem duas opções óptimas para melhorar o comportamento da viatura:
1ª Reprogramação da centralina. Posso dizer por experiência própria que é uma boa solução, sendo a mais barata. Custo 480 euros
2ª Colocação de uma Box de potência exterior. É uma solução mais cara, com a vantagem de ser retirada, no caso de venda ou troca do motor. Custo 800 euros.
Os preços são informativos e de produtos aplicados por empresas altamente credenciadas.
Qualquer destas opções terá de ser executada por empresas certificadas. Não colocar este carro na mão de qualquer pessoa que se diga habilitada para o efeito.
Os ganhos verificados com as soluções atrás referidas, são imensos, alterando todo o comportamento do carro, que passa a debitar 166 CV.
2º SUSPENSÃO PNEUMÁTICA.
É considerado um dos grandes problemas destes 4X4. Posso-vos garantir que é totalmente errado.
Neste modelo, podemos dispôr de cinco níveis de altura. Temos acesso ao comando de três níveis, manualmente, no tablier. Em boas condições de funcionamento, o carro deve manobrar-se nas três posições sem qualquer dificuldade, ou seja, rapidamente, subindo e descendo com ligeireza.
POSIÇÕES
1º Para acesso de carga e passageiros.
2º Circulação abaixo de 80km/Hora.
3º Circulação acima de 80km/Hora (auto-estrada automático)
4º Circulação OFF-ROAD.
5º Posição no caso de enterrado.(automático)
Este sistema de suspensão, foi na época considerado um dos mais avançados do mundo, pelas marcas que privilegiam o conforto supremo na condução. Presentemente equipam muitos veículos de grande porte, no caso de camiões e outras marcas de luxo americanas, como a Lincoln a Cadillac e muitos mais.
O método consiste num compressor que debita ar, comandado por um bloco de válvulas, que gere todo o sistema, de forma a manter o carro nivelado com o máximo de conforto. Além disso é uma característica de todos os modelos actualmente vendidos pela Land Rover.
Quais são as peças de maior desgaste ou problemas mais frequentes, no caso do P38A?
1ºOs balões que se situam em cada roda.
2ºOs o-ring`s do bloco da válvulas.
3ºO êmbolo do compressor.
4ºFugas nas ligações.
5ºCalibradores da suspensão.
Com a idade, o desgaste destas peças é normalíssimo, e de fácil reparação, caso haja a prevenção adequada.
Os balões chegam a fazer 170.000 km, o que é considerado muito bom num carro vocacionado para o conforto. A sua troca é simples e qualquer mecânico de esquina poderá fazê-lo.
O custo de cada balão da 1ª geração, tal como os de origem, é de 120 euros na internet. Poderá optar-se por balões de 2ª e 3ª geração da Arnott, um pouco mais caros mas de garantia vitalícia.
O bloco de válvulas é de acesso e assistência extremamente fácil. Geralmente quando vamos á marca, não estão interessados em reparar mas sim em trocar. Um bloco novo custa mais de 1100 euros.
De fácil acesso, é possível adquirir os oring´s no Ebay (por exemplo), bastando trocá-los e temos novamente o bloco de válvulas como novo. O custo dos Oring´s é 25 euros.
Com o compressor, acaba por ser a mesma situação. Encontra-se dentro do bloco de válvulas e a troca do êmbolo é extremamente simples. O custo é de 25 euros. No caso de grande esforço, o aquecimento acaba por danificá-lo. O custo do compressor novo é de 400 euros.
As fugas, geralmente estão nas ligações dos tubos de ar aos balões ou ao bloco de válvulas. Com um pequeno pulverizador da roupa e detergente, são facilmente detectáveis. Também se encontra a existência de fugas, no caso de o veículo, após estacionado na posição normal de circulação, descer para qualquer dos lados em 48 horas. Deverá ficar sempre nivelado.
Os calibradores da suspensão, são um mecanismo simples, que se situam em cada roda, para o controlo do nivelamento. Por vezes, na troca dos balões, é necessário ir á máquina Rovercom, para se calibrarem.
A má fama da SUSPENSÃO PNEUMÁTICA, em 90% dos casos, reduz-se a isto.
ELECTRÓNICA.
Este modelo da Land Rover, na época, tal como os modelos mais recentes, é dotado do que mais avançado existe em termos de segurança.
Nestes carros, é preciso ter alguma atenção aos componentes electrónicos. Há erros que podem surgir devido a maus contactos. No manual de instruções, é indicada a avaria, que geralmente é resolvida com uma ida á máquina Rovercom.
Nunca arrisquem levar este carro ao amigo Zé mecânico da esquina quando surgem problemas de electrónica. O resultado, na maioria das vezes é bloquear todo o sistema ou queimar a centralina.
Avarias electrónicas geralmente são de simples solução. Baterias em fim de vida, maus contactos, fusíveis queimados etc. Os problemas agravam-se quando facilitamos e levamos o carro à presença de curiosos.
Os modelos a partir de 1998 foram revisionados, sendo mais fiáveis a nivel de avarias electrónicas.
Este carro é dotado de duas chaves com comando + duas sem comando, assim como um cartão de código, com quatro dígitos que o proprietário deverá guardar em local seguro.
Quando adquirimos o carro temos de ter atenção ás chaves, caso contrário, só se adquirem em Inglaterra através do concessionário, com fotocópia do registo de propriedade. O custo é de 140 euros cada. O cartão do código é necessário, para que na presença de qualquer problema electrónico, o possamos reprogramar novamente com a chave, na porta do condutor.(Está no manual de instruções)
Ter também em atenção o A/C, cuja reparação geralmente é onerosa. Na maioria dos casos, a avaria aparece no display, com a figura dum pequeno livrinho.
Geralmente, trata-se dos pequenos motores direccionais, peças de maior desgaste, que se encontram por detrás do tablier. Retirar o tablier acaba por ser mais dispendioso que o custo do ditos motores.
OUTRAS QUESTÕES A CONSIDERAR
A maioria dos problemas do P38A devem-se ao desconhecimento e desleixo completo dos seus proprietários. É muito difícil adquirir uma viatura destas em excelentes condições. Considerado o mais belo, o mais confortável dos 4X4, poder-se-á ser levado a pensar, que as suas capacidades OFF-ROAD são desprezáveis. Posso vos dizer que, tirando o único facto de não poder suportar água acima dos eixos, cumpre fielmente, muitas vezes melhor, a transposição de obstáculos de difícil acesso.
Também temos de ter atenção á bomba de água. Deve ser mudada a cada 80.000km. Na maioria das vezes é levada ao limite e as consequências são desastrosas, caso não se tenha atenção ao ponteiro da temperatura, no momento da avaria.
Outra das questões importantes na compra, é verificar se o motor pega bem em quente. O desgaste das bombas injectoras, é outra das particularidades deste modelo. A reparação ou aquisição é dispendiosa. Custa 1700 euros. As velas de aquecimento são também motivo de vistoria.
Existem também umas tremuras que surgem em baixa rotação neste motores. Por vezes a substituição dum pequeno amortecedor do tensor da correia, resolve o problema.
A embraiagem é outro elemento de grande desgaste, caso a centralina não tenha sido alterada para maior cavalagem. O esforço, fraca potência versus peso do carro, vai-se difundir nesta neste elemento.
Trocar a embraiagem deste carro, não é fácil. Geralmente leva o kit completo, e é aconselhada a troca do volante do motor, caso não tenha sido substituído. Peças extremamente caras que podem atingir a soma de 2.000 euros.
Os consumos também devem ser considerados. É garantidamente, o 4X4 mais económico alguma vez concebido na época. Atenção que estamos na presença de 2,5 toneladas. As médias obtidas, com reprogramação da centralina, são de 9,5/10 litros, chegando a fazer 8.3 litros em auto-estrada a 120Km/Hora.
Outra vantagem é este carro pagar classe 1 em auto-estrada, bastando solicitar á brisa essa pretensão. Custo 6 euros pelo cartão vitalício.
Outras questões importantes:
Nunca colocar pneus de diferentes dimensões.
Nunca reparar qualquer peça, sem desligar o negativo da bateria.
Nunca deixar a chave de comando dentro do carro.
Trocar a bateria ao mínimo sintoma de desgaste, tanto a do carro como a do comando da chave.
Nunca exceder as 3.000 rotações, no caso de optarmos por maior longevidade do motor.
Trocar os amortecedores que geralmente são de origem, em viaturas não assistidas na marca.
Nunca circular com fugas de ar na suspensão, sob pena de danificar o compressor.
Na IPO nunca deixar colocar a viatura nos rolos do freno.
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Autoria: Fry