Range Rover Classic artigo

Retenham o nome: Range Rover Register Portugal. Um grupo fechado do Facebook para o qual entrei por um infortúnio.

No passado dia 17 de maio, ainda na ressaca do tricampeonato do meu Benfica, fui confrontado com o roubo do meu carro. Fiquei doente! Era um Range Rover sem grande valor material (um chaço de 1994), mas era também o companheiro de montes e praias e de muitos entardeceres refastelado na sua magnífica mala, depois de umas belas surfadas. Fiquei inconsolável!

Irritou-me profundamente! Todo o esforço pessoal que fiz para ter um carro de que sempre gostei e que, num ápice, ficou reduzido a memórias.

A par dos procedimentos habituais de apresentação de queixa na PSP e comunicação à seguradora, lembrei-me de fazer a normal partilha no Facebook e uns quantos telefonemas a amigos aficionados dos TT, para ver se me davam ideias.

Foi então que o meu amigo Miguel Trindade me adicionou ao grupo acima mencionado. Em pouco mais de cinco minutos já tinha vários comentários, mensagens e inúmeras partilhas. Conselhos, pedidos de informação ou simples palavras de apoio choviam em catadupa. Nem tinha forma de responder a todos. Um dos gestores da página (o João Folgado, que nunca na vida vi) teve a amabilidade de me telefonar a pedir informações e dar conselhos. Estava estupefacto! Estou habituado à amabilidade e disponibilidade das gentes do continente africano, onde passo grande parte da minha vida. Mas aqui, em Portugal, de forma tão espontânea e massiva?! Confesso que me surpreendeu.

Nem 24h perfaziam desde a partilha e já tinha uma mensagem de um dos seus membros (Vítor Silva, mais uma pessoa cuja existência desconhecia) a informar que tinha visto o carro na Margem Sul.

Não durou uma semana a aventura do meu adorado calhambeque. Dia 23 de maio recebo um telefonema da PSP de Almada dando conta da localização da viatura. Sou um tipo de sorte!, pensei.

Claro que há sorte no meio de tudo isto. Porque quem roubou não era profissional e queria apenas “curtir” ou porque o carro não foi para peças nem usado em nenhum assalto. Mas na realidade, a verdadeira sorte foi ter-me cruzado com pessoas como o Miguel, o João ou o Vítor!

Pessoas voluntariosas e disponíveis! Que dispensam parte do seu tempo para ajudar outro! Só porque sim! Só porque gostariam certamente que fizessem o mesmo por elas. Só porque perceberam que partilhamos uma mesma paixão. Fiquei feliz por recuperar o carro! Claro! Mas fiquei ainda mais feliz por saber que há gente boa por aí! Mais houvesse!

Obrigado!

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Retirado de: http://ionline.sapo.pt/artigo/511598/ha-gente-boa-por-ai?seccao=Opiniao_i